sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Governo e centrais iniciam negociações com poucos avanços


O Governo Dilma vai manter relação com as centrais sindicais no mesmo patamar do Governo Lula. Também vai manter a política de valorização do salário mínimo até 2015. Mas não aceita a proposta das centrais sindicais de tratar “com excepcionalidade” o reajuste do salário mínimo em 2011 e estabelecer em R$580,00 o valor para janeiro deste ano. Nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira (2).

Esse foi o resultado da primeira reunião de negociação ocorrida nesta quarta-feira (26) entre representantes do governo e das centrais sindicais. Os sindicalistas não demonstraram decepção com a posição do governo em dizer que não pode alterar o valor do salário mínimo de R$545,00 anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, disse que “ninguém de nós estávamos esperando que resolvesse tudo hoje. Não viemos com essa expectativa. O governo abriu negociação e garantiu que nenhuma questão com relação a trabalho será resolvida sem ouvir as centrais, inclusive a desoneração da folha de pagamento, uma certeza que tínhamos no Governo Lula e que teremos no Governo Dilma.”
Os sindicalistas também destacaram como ponto positivo da reunião terem afastado a ideia de trocar o valor do mínimo pela correção da tabela do Imposto de Renda. Wagner Gomes, presidente da CTB, disse que “não há vinculação nenhuma entre salário mínimo e correção da tabela do Imposto de Renda.”

Começam agora

A exemplo dos demais sindicalistas, Gomes destacou que “as negociações começam agora.” Na próxima reunião, que será conduzida novamente pelos ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; do Trabalho, Carlos Lupi e pelo o secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, será discutido o valor do salário mínimo.
As centrais defendem mínimo de R$580,00, aumento de 10% para aposentados e reajuste de 6,5% da tabela do IR.
“Estão abertas as negociações das três propostas que propusemos – salário mínimo, correção da tabela do Imposto de Renda e reajuste dos aposentados”, resumiu Paulo Pereira da Silva.
O governo oferece um salário mínimo de R$545,00, de acordo com a política de reajuste do mínimo, que representa variação do PIB (Produto Interno Bruto) dos dois anos anteriores mais a inflação do ano anterior), 6,41% para aposentados que ganham acima do mínimo e reajuste de 6,46% da tabela do Imposto de Renda.

Gesto político


Wagner Gomes destacou ainda a proposta feita pelos sindicalistas de que a presidente Dilma, independente das negociações, receba as centrais sindicais. Ele considera isso “um gesto político importante.”
Para ele, é também importante o governo reconhecer que em 2009 houve uma questão excepcional na economia e que vários setores da indústria receberam ajuda do governo, em forma de incentivo fiscal.
O presidente da CUT, Artur Henrique, também destacou esse aspecto das negociações. “A posição das centrais é de manutenção da política, mas que o salário mínimo de 2011 deve receber um tratamento excepcional, em função da crise econômica”, enfatizou.

De Brasília,
Márcia Xavier

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