quinta-feira, 7 de abril de 2011

Frente Parlamentar pela valorização do trabalho é lançada na Câmara


Instalada a partir de uma iniciativa do dirigente da CTB e deputado federal Assis Melo, a Frente Parlamentar em Defesa do Desenvolvimento Econômico e de Valorização do Trabalho, lançada na última quarta-feira (6), na Câmara Federal, pretende contribuir para o debate sobre o desenvolvimento do país com valorização do trabalhador. Uma grande faixa afixada na sala anunciava os propósitos do colegiado: Por Um Brasil Desenvolvido com Valorização dos Trabalhadores.

Assis Melo, que vai coordenar a frente parlamentar, lembrou que ” é preciso construir maioria política para garantir o tipo de desenvolvimento que queremos para o país com valorização do trabalho.” Entre os objetivos da frente, está a estruturação da ação parlamentar para promover políticas e legislação que favoreçam a geração de emprego e renda, saúde, educação e a preservação dos direitos dos trabalhadores em atividade profissional e dos aposentados e pensionistas.

Prestigiaram o lançamento da Frente o secretário de Política Sindical e Relações Institucionais da CTB Nacional, Joílson Cardoso, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo e os senadores Inácio Arruda e Paulo Paim, autores do projeto de lei da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, que se dispuseram a colaborar com os debates sobre o modelo de desenvolvimento do país que deve incluir a valorização do trabalhador. Além de inúmeros parlamentares, que destacaram a importância da inciativa de Assis Melo.

Debate político

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, também ofereceu ajuda aos trabalhos da frente parlamentar, lembrando que é a política que conduz a economia. “O debate econômico não se faz sem um bom debate político”, afirmou.

Para ele, o desenvolvimento pressupõe a participação do Estado e permite enfrentar as mazelas do capitalismo, que são a pobreza e a desigualdade entre ricos e pobres. Pochmann disse ainda que “o desenvolvimento não é natural, espontâneo, exige força política”, sugerindo que “é necessária força política e produção de conhecimento sobre as alternativas que o Brasil tem hoje para se desenvolver”, oferecendo a produção de conhecimento, já que o Ipea trabalha com a temática do desenvolvimento.

Assis destacou que as ações a serem desenvolvidas pela frente dialogam com as temáticas defendidas pelo Ipea para o desenvolvimento. Um exemplo destacado pelo comunista é o amplo debate que pode ser desencadeado com o objetivo de buscar a qualificação profissional e a ampliação do acesso ao ensino superior público.

Capital x Trabalho

“Quanto mais se valorizar os trabalhadores e distribuir a riqueza, mais forte fica a economia brasileira”, disse Inácio Arruda, em sua saudação, lembrando que essa preocupação deve unir trabalhadores, sindicalistas e parlamentares.

A fala de Inácio foi reforçada por Paim. Ele destacou também a luta pelo fim do fator previdenciário que, junto com a redução da jornada de trabalho, sofre muita resistência no Congresso. “Vamos aprofundar tudo isso na frente parlamentar”, afirmou.

Segundo o senador, o país está se desenvolvendo, registrando aumento do número de empregos, mas na relação capital x trabalho, ainda é preciso avançar muito mais e a frente parlamentar vai contribuir com isso.

Um novo horizonte

O secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Roberto dos Santos, também reforçou as palavras dos parlamentares. Segundo ele, “essa frente parlamentar vai contribuir para os avanços que o Brasil precisa”, acrescentando que “a frente vai fazer a diferença para discussão dos direitos dos trabalhadores”. Santos representou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que não pôde participar do evento em função da viagem ao Maranhão, onde participava do funeral do ex-governador Jackson Lago, do seu partido, o PDT.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Alex Santos, a frente parlamentar vai alterar uma situação de desigualdade no Congresso. “Essa Casa sempre foi palco de discussão sobre crescimento do país, mas sempre negou a discussão da valorização do trabalhador.”

Ele avalia que “a frente, que inclui no debate a valorização do trabalhador, traz novo olhar para o desenvolvimento do país que, para que seja amplo e igualitário, não beneficie uma pequena casta, passa pela redução da jornada de trabalho, respeito à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”. E concluiu: “esse espaço vai ser fundamental para esse debate”.

Com informações de Márcia Xavier (fotos: Ag. Câmara e Valcir Rosa) no www.vermelho.org.br

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